sexta-feira, 27 de junho de 2008

Nuanças acinzentadas

Escreverei por nós. Por nós dois e por todos nós. Escreverei porque falar já não adianta. Escreverei para tomar coragem. Eu temo tudo. Eu não temo você. Eu temo a todos e todas, inclusive a mim. Mas, não temo você. Eu gosto de você. Gostei de cara, você é meu Y, intelectualmente falando, se é que me entende...

Ontem não haviam tantas paredes cinzas, nem tantos olhares tristes, exceto um. Ele se calou, pedi que não ficasse triste. Inútel. Trouxe a tristeza dele comigo. Mas ri, "hidrogenar a lua"... você precisava estar lá... Enquanto riríamos, e depois... choraríamos juntos, talvez.

Estou com gosto acre na boca. Estou fria, com cinzas de dias tristes nos olhos. Dias frios, paredes cinzas e olhares tristes. Dias e dias. Não sou a mesma. Direitos Humanos. Tão frágeis, tão ideológicos, tão ignorados.

Hoje me pergunto
presa em pensamentos
e conflitos...
Eu choro por quem fez chorar.
Eu choro porque ousei ouvir a outra parte, mas não posso esquecer que esta também fez chorar.
Talvez tivesse sido lágrimas minhas, ou dos meus amados;
Se fosse um corpo, por mim amado, e desarmado, estendido ao chão, teria eu chorado com eles?

Somos todos iguais. Ninguém é inocente, ninguém pode dizer "eu não faria"... Eles fizeram, e pagam por isso, não esquecem, não há paz. A falta da liberdade, a inconstância, o medo da sociedade... alguns não dormem. Eu também não tenho conseguido me deitar e esquecer das paredes frias, dos olhares cinzas, dos dias tristes.

Quero fazer algo, mas não sei como. Eu prometi ontem para aquele senhor, um estranho, sem nome, uma voz, sem nome... eu te ouvi, quero que também te ouçam. Eu prometi...

Eu tenho que fazer algo, mas como? Vem comigo, me ajuda. Se fossemos dois, três, ou mais, talvez...

Tenho medo.